VAZIO

estou vazia...

vazia de tudo e de nada...

vazia de amor e de ódio...

vazia de vida e de morte...

o silêncio me oprime

e me massacra até as entranhas...

o silêncio me aterroriza...

o silêncio é um grito...

o vazio me enche o tédio,

que me machuca e me devora

e que me come as entranhas

que procura o fim do túnel...

angústia de viver

que é tão perversa e felina...

ingrata amante que devora

o coração que não respira...

é pedra que rasga a carne;

é punhal que corta a pele;

é vazio que mata o sentir;

é fogo que teima em queimar...

vazio do nada;

vazio do tudo;

vazio de vida;

vazio de morte...

nada, imenso nada

que inunda a vida toda

o sentimento que procura sentir

numa lagoa sem fim...

ser e não ser

ou ter e não ter...

o vazio preenche o vazio

no êxtase de ser vazio...

tudo desmorona...

seja sonho,

seja ideal,

seja esperança...

não há voo!

voo que alcance o infinito,

a própria eternidade da vida

no êxtase do prazer!

prazer de vazio

como uma roda do tempo

que não para nunca

na crueldade que devora...

vazio, sempre vazio...

tão perto, mas tão distante...

possibilidades... vida...

o vazio comunga a ilusão!

carline
Enviado por carline em 15/05/2015
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