UM BRINDE... UMA TAÇA
brindo a você;
ergo a taça por você...
você que me seduziu...
você, meu amor...
um brinde feito de lágrimas,
um brinde de solidão,
um brinde que elege a própria dor
por não poder ter você...
uma taça feita de sangue,
o meu próprio sangue
que se esvai de tantos cortes
que ganhei esperando você...
você que me seduziu,
que me deixou completamente louca
delirando na fantasia
de poder tocar apenas no teu corpo...
no teu corpo, meu amor
que eu desejo tanto e tanto
mas que está tão distante
no arco-íris da ilusão...
meus pensamentos voam
pelos bosques do delírio,
pelas esquinas da vida
a procura do seu coração...
queria-o tanto, o seu coração!
onde ele está? por onde procurar?
não sei mais de mim,
não sei mais de nada...
estradas e atalhos se confundem,
se penetram e se arrombam...
a taça quebra, se estilhaça,
no peito do meu coração...
o sangue escorre na minha vida
que te procura e te deseja
na girândola da sedução,
na montanha da ilusão...
queria que não fosse sonho,
que não fosse apenas loucura
do meu insano pensamento
que te busca e te procura...
mas mesmo assim,
na solidão do coração,
ergo um brinde a você
na recordação de um sonho...
a taça está cheia;
transborda de amor...
sedução fatal...
bebo ao meu amor!