RG Brasil
Eu e meus milhões de índios
Meus navios negreiros cheios de mim
Minhas caravelas, minhas naus
Minhas noites sem fim
Clamei pela liberdade
Recitei as dores do corpo
Vestido de sangue e paisagem
Tal ramo de azevim
Encontro-me perdido às horas
Que ora me queda e ora engrandece
Nação de grandes espantos
Do que criaram de mim
Eu rei gigante torto
com boca cheia de ouro
Castrei meus filhos no ventre
Para que não me povoassem
com mácula tão grande assim
Deixando estéril minha terra
Quem sabe se o erro
Não largue meu osso
Quem sabe meu poço esvazie e fim
E livre de filhos ingratos
Eu possa viver do mato
De terras tupiniquins
De pretos velhos e sábios
Eu seja Nação enfim