NOITE

noite chega escura,

Mas é passageira.

A noite é cabulosa, é prosa.

Fria e solitária.

Na calçada ela é esquecimento,

Ás vezes tormentos

Que parece não haver fim.

Na cadeia é lamento,

Treta e sofrimento

E para alguns, lá também

É arrependimento.

Nas esquinas é ilusão,

É negocio tem até sócio.

No bar é alegria...

Que acaba quando chega o dia

Ressaca e agonia

A noite é cabulosa é prosa.

É sonhos esquecidos.

Idéias trocadas, infância perdida.

A noite é encontro de amigas,

É traição é vinganças.

Solidão

Só então... Só ; ou não

A noite é fossa, é depressão

E decepção.

É trabalho, é frio sem agasalho.

É cama de papelão.

A noite é medo, é segredo,

É morte, é vidas

Que perdem noites,

Viram noites, curtem as noites.

A noite é conforto, é aconchego, é paz.

É vigília, é oração.

É noite em famílias... É noite

Sem famílias, sem trilha, é armadilha.

É noite então.

Repouso, colchão ou chão.

Falta de luz, escuridão.

É noite embaixo da ponte, embaixo do chão.

É balada, é encantada

Adormecida ou acordada,

Sóbria ou embriagada.

Ela é som, é zoeira

Música, brincadeira.

É choro.

Eu choro, oro...

Imploro misericórdia pra uma nação.

Ou pra mim. Por que não?

Se é noite,

E a noite é saudade, é amor de verdade

Pela metade ou pela obsessão.

A noite é paixão

Loucura, palavras é sonhos... Pesadelos.

A noite é lembranças, alianças, historias

E falta de memórias.

A noite educa o cidadão.

A noite é prosa, é cabulosa,

É paixão é loucura, calor.

É jogo: é fogo.

Há... Na noite tem lua,

Tem rua ela é minha, ela é sua.

É estrela, é estrada,

É eu escrevendo essa poesia na madrugada.

A noite é linda, é negra,

Sereno, segredo.

A noite é a mãe que cobre os filhos,

Com um lençol de estrelas.

É a mãe que chora por um filho, a noite inteira.

A noite é sexy, é sexo,

Cama sutra, preconceito.

A noite é flores e despedida.

Chegada, partida é viagens.

A noite é uma viagem!

A noite é concerto, é acerto.

A noite é resenha, é realidade... Exploração.

É dor, doideira é droga... Que droga,

É desgraça.

Noite, som, silêncio, solidão.

Quando os olhos se fecham é noite então.

E na noite não há razão: seja com um cafezinho

ou uma skinka na mão.

Pra noite não há definição... Só escuridão.

Autoria: Oliveira Tatti

Oliveira Tatti
Enviado por Oliveira Tatti em 14/05/2015
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