ardores
a dor que gira
e roda como catavento
que inunda e afoga
horizontes sem sorte
sem sementes
e sem nortes
dor que parte
corta rompe
arde queima
soterra solapa
dor da dor
das dores em cores
que urram rumores
sedentos pelo tempo curto
à míngua
às vésperas
aos desertos certos
de dissabores