A frieza e eu
Nos dias tempestuosos
Dos mais inválidos casos amorosos
Desde criança dialogo com a frieza
Que hora fora solução
Hora artimanha e destreza
Hoje é fuga da decepção
E o medo maior da beleza
A vida esculpindo os calos
Me calo diante do sofrimento
Que a todo momento se manifesta
E a tudo detesta, sobretudo, o pensamento
O choro sem rítmo, para ele uma orquestra
Caminhos de espinhos, contra o vento
E assim em mim, tudo mais se detesta
A frieza como única defesa
Dos golpes duros da natureza
Depois de tantas pancadas
E quase nenhum golpe dado
Estretégia de luta tão equivocada
Que no fim, fechar o olhos e respirar
É a contradição da leveza e do fardo
Vontade, sem esperteza
Expectativa, nocaute a deriva
Por sorte, encontrei a frieza,
Quieta e a espreita, sábia destreza
Mostrando que tudo já sabe
Inclusive a loucura do inatingível
Que o mais profundo da alma invade
Frieza que não é arma, mas escudo
Quem a segura, já foi demasiado ferido
Sendo heroi ou bandido, tal mérido é incerto
Desconfiar das boas vibrações,
Permite se proteger das decepções
Que soam como navalhas no peito aberto
Carne e alma dilaceradas, por emoções...