Outono

Num piscar de olhos o dia amanheceu

Os meus ultimos beijos seriam totalmente seus

Com gosto de ressaca e de abandono

Iluminados pela luz sem graça do sol de outono

Era abril e já estava chegando o frio

Vindo de mim e de um outono vazio

Enquanto morriam as flores

Em mim, floresciam dores

O tudo e o nada

Andam de mãos dadas

Uma hora sou amor

Outra, sou rancor

Me perdi em mim mesmo e não sei onde me encontrar

Caso me ache, passe e me deixe por lá

Esqueça qualquer despedida

Fecha a janela da tua vida

Estou frio e vou fazer nevar

Sou corda que prende, mas também sei enforcar

Se o amor bater na minha porta, não vou poder abrir agora

Ele que me desculpe a demora

É que ainda to juntando o que sobrou de mim

Não vá embora e espere ai fora

Ainda tenho um pouco de amor sem fim

Eu nunca fui o senhor razão

É que já não dou ouvidos a um coração

Rouco de tanto gritar

Louco a ponto de delirar

Achando que era o unico que não morreria aos poucos.

Minto, senão acabo voltando atras

Sinto muito por sentir demais

Pinto, num papel rasgado

Um coração remendado

Fingindo que está em paz

Ramon Rodrigues
Enviado por Ramon Rodrigues em 11/05/2015
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