Para cada...

Para cada rosto que ja esculpi

Cujo os olhares devorei

Na tentativa da minha alma saciar.

Aquela fome que se transforma em vazio

Que me tira o ar

Que corre junto com meu sangue

Aquela fome que invade meus sonhos

Que me impede de dormir.

Para cada caminho que ja cruzei

Que me levou a direção

Me fez tropeçar e retornar...

Ao mesmo ponto onde a fome começou

Onde tudo o que desejei se tranformou

Em algo que não consigo mais tocar.

Para cada aplauso

Da minha arte sem glórias

Das inúmeras não vitórias

Um novo poetar...

Para cada olhar que devorei

Um velho sem porquê

Uma resposta sem palavras

Uma angustia camuflada

Nas linhas de um papel.

Para cada poema dramático

Um eu-lírico enfático

Que se viu mais longe do céu.

Uma estrofe sem perdão

Um motivo sem razão

Um amor sem amar...

Nomor
Enviado por Nomor em 10/05/2015
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