Para cada...
Para cada rosto que ja esculpi
Cujo os olhares devorei
Na tentativa da minha alma saciar.
Aquela fome que se transforma em vazio
Que me tira o ar
Que corre junto com meu sangue
Aquela fome que invade meus sonhos
Que me impede de dormir.
Para cada caminho que ja cruzei
Que me levou a direção
Me fez tropeçar e retornar...
Ao mesmo ponto onde a fome começou
Onde tudo o que desejei se tranformou
Em algo que não consigo mais tocar.
Para cada aplauso
Da minha arte sem glórias
Das inúmeras não vitórias
Um novo poetar...
Para cada olhar que devorei
Um velho sem porquê
Uma resposta sem palavras
Uma angustia camuflada
Nas linhas de um papel.
Para cada poema dramático
Um eu-lírico enfático
Que se viu mais longe do céu.
Uma estrofe sem perdão
Um motivo sem razão
Um amor sem amar...