DILETO:
Saíste do calor do ventre
Ainda sem folego, frágil, Respiraste a vida
Durante tua presença em nosso convívio
Sempre estivesse ausente em teus gestos e atos
Como se num prenuncio de uma saudade infinda
Seu sorriso raso, e olhar profundo,
Revelava quase nada de teu espirito homem
Responsável, desnudo da vaidade humana,
Tiveste sim, uma infância esquálida e sem brilho,
Recordo-me ainda teu olhar distante
E aqui estou sozinho e posso sentir teu cheiro
Lembro-me daquela tarde fria
Não havia sol e meu coração em lagrimas
Ao ver teu corpo ali inerte
Franzino embebido em um frigido suor,
Teu coração fenecido
Sobre o ventre de tua amada
Levaste-nos a vida.