deus Bosta 1

a atrocidade voraz

da sedução artificial

de um deus Bosta

espelho sem luz

com cheiros pútridos

sutis e tênues aos sentidos

entupidos de podridão

que fascina o apetite

dos que se nutrem

dos rebanhos

com espinha dorsal plastificada

com a imbecilidade

e demência prostrada

perante a retidão

e lentidão do um vasto, reto e fúnebre rio seco

que desnorteia como um vírus

os pertencentes aos rebanhos anestesiados

pelos holofotes secos, surdos,

sem cor e sem odor

por um deus Bosta

com aptidão seca e absoluta

para nada, em nada

e por nada

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 09/05/2015
Reeditado em 12/05/2015
Código do texto: T5236493
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