ASSOMBRAÇÕES DO TEMPO

Meu verso galopa

ao vento leste do sentimento

ruma entranhas d minha alma

leva amarguras e desejos

do cavaleiro errante que sou agora

Meu verso de pata em brasa

atravessa o continente do tempo

dando conta as assombrações

das coisas que não fui

Só tenho agora em meu alforge

feridas abertas e recordações

do que sonhei ser e hoje não sou

Meu verso entorna pelas campinas

ele é o corcel da meia noite

abre fendas, rompe trilhas

sem parada , nem guarida

sua crina relampeja pela madrugada afora

Meu verso ferro e ferradura

bebe no copo do demonio

assiste almas perdidas das canções

que ao lembrar , me calei

Nesta terra já não tenho raiz

sou como o ar que não há de se prender

só choro pelo o que quiz e não fiz

Sergio Cortes
Enviado por Sergio Cortes em 21/09/2005
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