ASSOMBRAÇÕES DO TEMPO
Meu verso galopa
ao vento leste do sentimento
ruma entranhas d minha alma
leva amarguras e desejos
do cavaleiro errante que sou agora
Meu verso de pata em brasa
atravessa o continente do tempo
dando conta as assombrações
das coisas que não fui
Só tenho agora em meu alforge
feridas abertas e recordações
do que sonhei ser e hoje não sou
Meu verso entorna pelas campinas
ele é o corcel da meia noite
abre fendas, rompe trilhas
sem parada , nem guarida
sua crina relampeja pela madrugada afora
Meu verso ferro e ferradura
bebe no copo do demonio
assiste almas perdidas das canções
que ao lembrar , me calei
Nesta terra já não tenho raiz
sou como o ar que não há de se prender
só choro pelo o que quiz e não fiz