Poema
Sim, você merece outra dose
Porque agora você dissolve a mágoa
Do homem perfeito pra você
Já ter morrido há pelo menos um século
Antes de você nascer.
Afrodite e sua vaidade ferida.
A formosidade agora é um desterro
Dos remorsos de outrora
Onde os não convictos
Haveriam de ser substituídos
Por 'perdão, não sei o que sinto'
Ainda apática, seus olhos visualizam
Que os dias se empilham
Em um cômodo invisível.
Pouco a pouco você vai cedendo
Porque a realidade bateu à sua porta.
Elimine os soluços de auto-piedade
E desfrute os prazeres
Enquanto ainda estão frescos
Mesmo que estejam
Entre milhares de abraços alheios.