Poema

Sim, você merece outra dose

Porque agora você dissolve a mágoa

Do homem perfeito pra você

Já ter morrido há pelo menos um século

Antes de você nascer.

Afrodite e sua vaidade ferida.

A formosidade agora é um desterro

Dos remorsos de outrora

Onde os não convictos

Haveriam de ser substituídos

Por 'perdão, não sei o que sinto'

Ainda apática, seus olhos visualizam

Que os dias se empilham

Em um cômodo invisível.

Pouco a pouco você vai cedendo

Porque a realidade bateu à sua porta.

Elimine os soluços de auto-piedade

E desfrute os prazeres

Enquanto ainda estão frescos

Mesmo que estejam

Entre milhares de abraços alheios.

Felipe Alves Freitas
Enviado por Felipe Alves Freitas em 09/05/2015
Reeditado em 23/05/2015
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