Monstro Amado
Tão longe de ti quanto o azimute!
Distância que nunca irei percorrer.
Tua carne podre, festa de abutre!
Minha boca nunca há de comer.
Teu sangue de veneno, cicuta!
Em corpo nunca há de correr.
Tua pele de serpente imunda.
Meu tato nunca irá conhecer.
Monstro de áurea ternura!
Não posso sentir tua pura
Paixão. Sem o vil receio.
Teu coração é mal amado!
E se me faltar cuidado,
O amar bonito morre feio.
IGOR TENÓRIO LEITE
23/04/05