a minha alma (agora) sangra
minha alma sangra
as dores,
os rancores,
as mágoas,
os ódios aplacados
solapando os rios calados,
em silêncios mortos,
sublimes,
íngremes!
minha alma sangra
sem alicerces soturnos
sem preces diurnas
maquiadas
e hipócritas
a minha alma sangra
esterilizando os cheiros
abortando as cores de amanhã
que se colore uterinamente às escondidas
sob a égide de ternos cinzas,
insossos, estéreis e moribundos
de mim
a minha alma sangra