a minha alma (agora) sangra

minha alma sangra

as dores,

os rancores,

as mágoas,

os ódios aplacados

solapando os rios calados,

em silêncios mortos,

sublimes,

íngremes!

minha alma sangra

sem alicerces soturnos

sem preces diurnas

maquiadas

e hipócritas

a minha alma sangra

esterilizando os cheiros

abortando as cores de amanhã

que se colore uterinamente às escondidas

sob a égide de ternos cinzas,

insossos, estéreis e moribundos

de mim

a minha alma sangra

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 08/05/2015
Reeditado em 08/05/2015
Código do texto: T5235562
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