Meu silencioso amigo
Olho o copo como olho minh'alma!
Vazio, úmido de um resto de álcool,
minha alma ainda úmida de restos de lágrimas!
No meu rosto cansado, sem calma.
Olho a noite como olho minh'alma,
escura e fria
de uma calma que havia
fugido, sem trauma.
Sinto o vento como sinto meu peito,
agitado, assustado!
E corro com ele, o vento
arfante, errante, sem jeito.
O copo, ainda comigo,
me ouve os sussurros,
me abraça aos goles,
meu silencioso amigo.