A Face do Mal

A Face do Mal

Desenhados com o carmim sagrado

Por entre vísceras em decomposição

A face ensaia um gripo alarmado

Em seus traços descarnados a desilusão

As mãos suplicam o pescoço alheio

Enterrando suas unhas – dilacerando

O sabor da carne – um doce devaneio

Enquanto a Besta observa regozijando

Órgãos e sangue regam em profusão

Pisoteados por lunáticos em agonia

Enterrando-se na tortuosa alucinação

Enquanto a morte lhes traz euforia

Faces lancinadas de órbitas vazias

Sangram suas lágrimas desesperadas

Açoitadas pelas suas angústias

Em eterno sofrer estão aprisionadas

O urro de dor ensurdecedor

Tímpanos ensanguentados reverberam

Mais uma queda, mais um sofredor

Terra onde os pecados se revelam

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 06/05/2015
Código do texto: T5233221
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