A Face do Mal
A Face do Mal
Desenhados com o carmim sagrado
Por entre vísceras em decomposição
A face ensaia um gripo alarmado
Em seus traços descarnados a desilusão
As mãos suplicam o pescoço alheio
Enterrando suas unhas – dilacerando
O sabor da carne – um doce devaneio
Enquanto a Besta observa regozijando
Órgãos e sangue regam em profusão
Pisoteados por lunáticos em agonia
Enterrando-se na tortuosa alucinação
Enquanto a morte lhes traz euforia
Faces lancinadas de órbitas vazias
Sangram suas lágrimas desesperadas
Açoitadas pelas suas angústias
Em eterno sofrer estão aprisionadas
O urro de dor ensurdecedor
Tímpanos ensanguentados reverberam
Mais uma queda, mais um sofredor
Terra onde os pecados se revelam
Eduardo Benetti