BUCÓLICA SAUDADE:

A casa de quatro águas não tinha eira nem beira

Dez janelas de pau d´arco portas de entrada e saída

Todas da mesma madeira.

Calçadas nas quatro águas estreitas e alpendradas.

Minha avó num fogo à lenha pilava café torrado

Os meninos já crescidos brincavam com a vacaiada

Na hora da refeição todos se sentavam à mesa

Meu vô na cabeceira da mesa grande o serviço autorizava

E a vovó Apolônia depois servia os demais

Oh! Saudades do meu tanque das canelas

De onde ainda assustado beijava a boca dela

Mergulhava suas águas turvas exibindo-me à ela

Quando a tarde caia todos se reuniam na casa de farinhada

A noite era uma festa...

Meninos corriam, gritavam, e não temiam a noite e sua escuridão.

Os adultos na labuta no rodo e no rodete

Ao raiar o dia por trás do forno à lenha havia um flamboaiã

Balanços de pau e cordas onde toda gurizada brincavam toda manhã

Quanta saudade eu sinto do meu tempo de criança

Daquela vidinha mansa no meu lindo “Beneficio”

Onde tudo era festança, hoje é só lembranças de quando eu fui criança.

Tempo bom! Não volta mais.

Nicola Vital
Enviado por Nicola Vital em 06/05/2015
Reeditado em 03/01/2019
Código do texto: T5232373
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