Nono Surrealista

Como poeta posso ser

Dono das linhas, do lápis, das minhas imaginações

Como profeta adivinhar-te o futuro

E colocar num muro surdo suas previsões

Como visionário te ver exuberante

Num vestido azul turquesa

Ocorre agora que sou homem

E quero ser o corpo que você acha gostoso

O rosto que você acha bonito

O espelho, o orgasmo, o novelo

O livro que você lê e escreve nas suas paginas

O vento que esvoaça e bagunça seu cabelo

Ser a noite em que se perde

A musica que você dança, e canta e sua

A brisa que toca seu corpo nu

Nas manhãs em que esquece aberta a janela

Estar perto se chora, se deseja, se espera

Ser o invisível aos olhos, ser o que se sente

Seu filme, seu perfume, seu pecado

Seu crime sem castigo, inconfessável

O macho, o doce, o anjo, o torto

Sua vida em vitral, o cais do porto

Seu céu , astral, a estrela que te guia

Seu signo, destino, família, tudo , par