Ninguém
Amador Filho
Ninguém mensura este meu sofrer,
Ninguém estanca esse meu pranto,
Ninguém compreende o meu padecer.
Ninguém entende o meu desencanto.
Estou envolvido em tremenda solidão,
Curtindo sangrenta e cruel amargura.
E nessa descontrolada sofreguidão,
Mergulho em inevitável desventura.
Velho, abandonado e muito doente,
Permaneço sofrendo nesse calvário,
Que me deixa um ser inconsequente,
Provocando-me um incomodo coronário.
Sem a sua solidariedade e compreensão,
Caminho desvairado rumo à sepultura!
Nada mais resta a esse desgraçado coração,
Você foi um raio de luz na minha noite escura!
Santa Luz, 25 de março de 2015.