Estátuas XXI
Nossos olhos tornam-se pedras,
Nossas bocas areia,
Nossos ouvidos e nariz plástico,
Nossas veias de aço,
E assim nos concretizamos como o próprio concreto,
Estáticos e estéreis como a construção civil padronizada
Pela indústria da cultura,
E nossa fantasia uma reprodução tão artificial quanto nós,
Somos a sucata do futuro ou a parede cinza
E sem significado que sustenta os edifícios
Dos sonhos ocos e idênticos das gerações seguintes.
13/12/2014