Estátuas XXI

Nossos olhos tornam-se pedras,

Nossas bocas areia,

Nossos ouvidos e nariz plástico,

Nossas veias de aço,

E assim nos concretizamos como o próprio concreto,

Estáticos e estéreis como a construção civil padronizada

Pela indústria da cultura,

E nossa fantasia uma reprodução tão artificial quanto nós,

Somos a sucata do futuro ou a parede cinza

E sem significado que sustenta os edifícios

Dos sonhos ocos e idênticos das gerações seguintes.

13/12/2014

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 04/05/2015
Reeditado em 29/11/2023
Código do texto: T5230917
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