Sintomas de saudades
Há em mim um pingo de chuva
que cai desbotando o meu amor
que traça duas fitas
dois rastros de fitas
que seguem caminhos
opostos de onde surgiram
Não sei pra onde ir!
Nem sei onde estou!
Há um vento tempestuoso
que se instala nos sonhos meus
afastando olhares
os brilhos
o cais onde eu ia ver
o horizonte azul
que um dia sonhei
que não mais está lá
ou será que jamais existiu?
Não sei como ficou...
Nem sei onde estará...
Para onde se foi?
Será que vai voltar?
Em mim...
há um vazio,
difícil de compreender
um estranho espaço entre eu
e você quando aparecer...
Tô esperando voltardes
ou quem saber nascer...
para o resto das linhas eu compor
e das saudades me desfazer...
para por fim as minhas reticências
com sabores de melancolia
e substituir pelas suas
cada pingo uma luz de alegria...
alegria...