Habitat
Como vamos rabiscar
O papel branco futuro
Sabemos sempre pouco.
Sabemos sempre um pouco
Que dançamos parados no tempo
Reinventando sempre
A mesma alma,
O mesmo país,
As mesmas fronteiras.
Quantas fronteiras
Entre mim e ti
Entre nós e vós
Entre vocês e eles
Somos os estrangeiros
De nós e dos outros.
A pátria é sempre indefinida,
Fragmentada,
De todos e de ninguém.
Parece que somos
De uma terra muito distante...
O mundo passa
E nós, habitantes,
O assistimos como algo alheio
Pela televisão.