(I)MORTAL
(I)MORTAL
Areia a mancheia
Não há barro
Não há água
No deserto
Morre o ser de barro
Que um dia foi gestado
Milagre supremo
Dadivoso extremo
Da luz
Sem lucidez
E preocupado com a tez
Com a imagem
Esqueceu-se da semelhança
E feneceu a míngua
Sem ajuda divina
Mordeu a língua
Que praguejava
A pseudo imortalidade
Voltou a ser terra
Estéril, sem vida