(I)MORTAL

(I)MORTAL

Areia a mancheia

Não há barro

Não há água

No deserto

Morre o ser de barro

Que um dia foi gestado

Milagre supremo

Dadivoso extremo

Da luz

Sem lucidez

E preocupado com a tez

Com a imagem

Esqueceu-se da semelhança

E feneceu a míngua

Sem ajuda divina

Mordeu a língua

Que praguejava

A pseudo imortalidade

Voltou a ser terra

Estéril, sem vida

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 03/05/2015
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