Mistério

Não há nada que eu possa exigir

Nem mesmo pedir

Pois o destino não quer sugestões.

Ele simplesmente aparece

Num instante acontece

Do jeito que quiser

Ora mergulha-nos num mar de encantos

Depois abandona-nos em prantos

Sem se importar.

Talvez ache graça da vida

Ou da desgraça sofrida

Pelos passageiros sob sua condução

O engraçado é sua inexistência

E, portanto, a incoerência

De sua atuação.

Será desculpa dos desarranjados

Ou infortúnio dos desavisados

Que o tempo passa sem pestanejar?

Mas o que, senão, determina

A ação que se aproxima

Após um decisão a tomar?

Ainda que analisemos as consequências

Seria de grande imprudência

Ter certeza do que há de se proceder

Porque ora a bola bate e não quebra

A janela que, eventualmente, estava aberta

Ufa! Alivia-se a tensão.

Depois descobre-se, infelizmente,

Que, por causa da bola, houve um acidente

Quisera a janela ter se estilhaçado em mil pedaços.

Explique se puder

Culpe a quem quiser

Se, afinal, mudar em algo a situação.

Se existe "momento errado",

E se acontece ao mero acaso,

Não há estratégia brilhante que seja solução.

Então não peço nada

Por mais que eu queira,

Sei que estragaria a graça.

O mistério traz consigo a perfeição

Que não se explica, talvez nem mesmo se entenda

Deixando margem ao intelecto e ao coração.

Dancker
Enviado por Dancker em 02/05/2015
Código do texto: T5228249
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