BELEZA VIL:

O tempo é um vento valente, sem dó

Que passa no rosto de toda mulher

Descolore os lábios carnudos, carmim como sol

Enrugando a pele viçosa, robusta de pé

Sem a menor cerimonia, macula seu ego

Minguando a beleza do corpo, enquanto

Rouba-lhe a efêmera sensação de traços belos

Remetendo-lhe ao pragmático mundo de desencanto

Como a flor a perder sua essência

Murcha e morre aos encantos

De quem a beleza venera sua efervescência

Deixando a certeza de que a beleza externa

É vil, sem censura e sem brio,

E o vento valente sem dó, a sucumbe no túnel do tempo.

Nicola Vital
Enviado por Nicola Vital em 02/05/2015
Reeditado em 02/05/2015
Código do texto: T5228154
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