BELEZA VIL:
O tempo é um vento valente, sem dó
Que passa no rosto de toda mulher
Descolore os lábios carnudos, carmim como sol
Enrugando a pele viçosa, robusta de pé
Sem a menor cerimonia, macula seu ego
Minguando a beleza do corpo, enquanto
Rouba-lhe a efêmera sensação de traços belos
Remetendo-lhe ao pragmático mundo de desencanto
Como a flor a perder sua essência
Murcha e morre aos encantos
De quem a beleza venera sua efervescência
Deixando a certeza de que a beleza externa
É vil, sem censura e sem brio,
E o vento valente sem dó, a sucumbe no túnel do tempo.