A seca da alma
Não só o sertão se desfaz em seca
Há dias que a seca abate a alma
E toda sua extensão se esvazia
Nem mesmo o mar escorre nas faces
Até as ondas do pensamento deserta
Se torna em nada, estranho, desmedido
quão é estranha a fome...!
nos olhos desabitados... longes
sem versos, sem palavras
Ermo luar tão gélido, tão ausente
sangue esquálido, sem paixão
carência de abraços... amante
restou apenas o sibilo... da respiração
dessa alma silente