Arrepio
Em ondas crescentes
meu corpo se veste de arrepio!
Ventania em forma de brisa
correndo dentro de mim
cavando com as próprias garras
as emoções afundadas na lama
mas também as que têm cheiro de flor!
É como bicho no cio
mulher parindo
lágrima que não cai
sorriso apenas com os olhos
ver um grande amor partindo
aquele grito que não sai
ser flagrada de alma nua
me esticar para abraçar a lua
camuflar a própria dor
achar que vou morrer de amor...
andar descalça pelo deserto
equilibrar-me entre o certo e o incerto!
É como rasgar o peito com punhal
sangrar até quase morrer
É dentro de mim não me caber
É sobreviver a vendaval
é caminhar até a beira do abismo
é me jogar do precipício de olhos vendados
Numa cena de surrealismo
É adentrar em floresta desconhecida
É dar a vida pela minha filha
É me trancafiar para sempre na dor
É escalar imensurável montanha
mergulhar nas entranhas
É achar que para sempre vou viver
É vestir-me para sempre de amor...
Isso para mim é ESCREVER!