Quem é o rei?
Quem é o Rei?
Jogos de egos,
Jogos de poder,
Por debaixo do terno, somente mais um ser.
Coberto de status o homem e seu bigode,
Lança as leis,
Que jamais o atinge.
Botas importadas, brilhantes,
Pisam nos figurantes dessa história reprisada,
Cartas manchadas sobre a mesa,
Ninguém jamais punirá o punidor.
Sem pudor,
Fazem filas de miseráveis,
Que marcham rumo ao abismo,
Dizem que no fim encontrarão o paraíso.
Paraíso dos espíritos perdidos,
Podres aldeões de aldeias de pedras,
Sem identidade nem terra,
Terra de vários reis mas nenhuma nobreza.
Escondem-se em seus mantos sagrados,
E suas missas bem recitadas,
Enchem a boca com suas formigas,
Viva os povos que mendigam,
Sobre um império de sonambulismo.
O rei com seu cajado,
Conduzindo suas ovelhas enfermas e vendadas,
Vende-as a si mesmas.
Esse é o império de tua verdade,
Onde verdades não passam de castelos de areia.