ALMA ENSIMESMADA

O choro da natureza
foi diferente naquele dia,
caiu com estranha beleza,
que ao tocar-me a alma se abria.

Aqueles pingos d’água escorriam,
formando rios, mares,
em seus contornos morriam
a conformidade dos meus pesares.

E a ensimesmada alma
regurgitou o ontem ruim,
devolvendo com sabedoria e calma
os dejetos que injetaram em mim.

03/06/07

ANDRADE JORGE