CONSUELO

conte-me Consuelo

o que fazes para atrair

tantos borrachos e sevandijas

como o tal Herval e o imberbe Odair

todos a disputar teu néctar feito troféu

todos a sorver o moscatel de tuas botijas!

conte-me ou hei de inquirir Abelarda

sobre tua estranha sina

de abrigar vivaldinos e parasitas

como Ximenez ou aquele de Teresina

todos a roubar-te a pétala formosa

todos a prometer prendas esquisitas!

se não for por Abelarda, será por Filipa

pois esta não doma a própria língua!

tantos pulhas e sicofantes

como Garcez, aquele que morreu à míngua

todos a fazer-te de biscate gloriosa

todos a esmagar-te feito elefantes