Passageira

O tempo desenhando na face a sua precisa arte

um poema ébrio, uma alma errante, um ser viajante

O trem passageiro

Lá se vai uma estação... e outra... e outra... e outras

Lá se vão rios de águas profundas, cristalinas e turvas

Pelos vales dos dias e suas montanhas vestidas de flores

ou quem sabe montanhas nuas também

Sonhos efêmeros, alados, sonâmbulos

Dias que se despertam, noites que adormecem

Sereno cobrindo as flores, raios de sol pelas frestas das nuvens

Estrelas cintilantes no céu dos instantes

Desertos e oásis, mares e pântanos

A vida linda finita passivamente aconchegada olhando os trilhos

Vão ficando nas curvas dos rios

Vão ficando além das montanhas

Vão sossegando sob a imensidão do céu azul

Simone Stone
Enviado por Simone Stone em 29/04/2015
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