DESILUSÃO:
Hoje acordei melancolicamente saudosista:
Queria contar minhas “artes”... Histórias de criança!
Tentei arrancar no oco do subconsciente. Logo percebi
Não existir arquivos para tal. Não que eu não guardasse boas lembranças,
Mesmo que não tão infantis, pois cresci sem conhecer minha criança.
Artes que moldaram léguas tiranas até o meu beneficio de criança
Que ainda vivem em minha memória: Lembranças das arvores de azeite que nasciam e morriam todos os dias ao por do sol; Do olho de fogo à testa animal ao ocaso;
No mistério de Daluz;
Das teúdas e manteúdas do avôhai ao banhar-se nos tanques das canelas; dos barquinhos de gazeta navegando em águas cristalinas ao fundo do meu quintal.
E para minha desilusão, meu beneficio morre a cada dia sem as arvores de azeite a lhe hidratar,
E segara seu olho que reluzira da estrela de prata no alto das canelas.
Ademais, eu vi,
Suas manteúdas naufragarem meus barcos de gazeta em águas turvas
Quão meus sonhos de avôhai.