Não vou Falar de Amor ! (3)

Não vou Falar de Amor ! (3)

Mas do enfático querer

que arremete a madrugada

Do intenso percorrer

que escrutina o nada

Do pensamento infiltrado

nos mistérios da fronha

Do olho indecifrado

que sequer denota se sonha

Não vou Falar de Amor !

Mas da imperiosa insistência

que subordina insônias

Do almejar sem clemência

e ausente de parcimônias

Daquilo que se planeja

até mesmo quando se adia

E que sequer exala certeza

mas flui cravejado de alegria

Não vou falar de Amor !

Mas do interlace inocente

entre achados e perdidos

Da virtude insolente

mas de apuros incontidos

Da regência sutil, insuspeita

daquilo que tange a divindade

E da clarividência que deleita

nos indizíveis teores da verdade

Mas não vou falar de Amor !

Claudia Gadini

20/09/05