Mágico
Mágico não é o verso,
a palavra que se fragmenta
em acordes rebelados
num grito que se despedaça...
Não há magia no que a pena sangra
exaurindo a veia que rabisca céu.
As sílabas são lágrimas da alma
gotejadas no poema.
O Encanto está nos olhos,
a magia está nos olhos.
Só é mágico o olhar.
O olhar cria a metáfora
que transforma o sal do prato
no cristal da poesia.
Mágico é o calor das mãos,
o aconchego do colo
e o coração que embala o verso
em seu berço de papel.