AMPULHETA
Quem me dera estacionar o tempo,
principalmente o agora.
Quem me dera virar a ampulheta,
ou jogar a sua areia fora.
Felicidades-infelicidades-desilusões que ja se foram,
hoje se veem ampulhetados,arrependidos de seus amores.
corações jovens-vividos-revirados-amados ou amordaçados,
nunca esqueceram suas dores.
Vida! grita os sonhos em pesadelos,
mas os pesadelos são simples traços de um enredo.
de sonhos jogados fora-de ver personagens passar,
e nunca querer participar deste teatro lunar.
Quantas mordaças calam a boca,
dos "inocentes" que vivem nas ruas
e o insensível que tudo percebe,
não vê na vida esta gente nua.
Continuam correndo atrás da ampulheta,
que a cada segundo em seu rosto bafeja,
que aquela gente nua nas ruas,
tem a mesma ampulheta que a sua.
Amam-desejam-se beijam-se embriagam.
O amor é o desjejum,
o desejo uma pedra de crack,
os beijos, o lampejo de ser humano,
a embriaguez, a vontade de ser burguês.
mas a vida é assim,
ninguém sabe a onde vai dar,
uns até morrem na terra,
outros vão morrer no mar...
a vida é assim,
como um Sarau de poesias,
mas quem me dera se um dia,
meus vinte anos pudesse voltar.
A vida é uma ampulheta,
que deveria ser bem amada,
porém tem algo bem mais belo nela,
é a única origem que não é subornada.
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