AMPULHETA

Quem me dera estacionar o tempo,

principalmente o agora.

Quem me dera virar a ampulheta,

ou jogar a sua areia fora.

Felicidades-infelicidades-desilusões que ja se foram,

hoje se veem ampulhetados,arrependidos de seus amores.

corações jovens-vividos-revirados-amados ou amordaçados,

nunca esqueceram suas dores.

Vida! grita os sonhos em pesadelos,

mas os pesadelos são simples traços de um enredo.

de sonhos jogados fora-de ver personagens passar,

e nunca querer participar deste teatro lunar.

Quantas mordaças calam a boca,

dos "inocentes" que vivem nas ruas

e o insensível que tudo percebe,

não vê na vida esta gente nua.

Continuam correndo atrás da ampulheta,

que a cada segundo em seu rosto bafeja,

que aquela gente nua nas ruas,

tem a mesma ampulheta que a sua.

Amam-desejam-se beijam-se embriagam.

O amor é o desjejum,

o desejo uma pedra de crack,

os beijos, o lampejo de ser humano,

a embriaguez, a vontade de ser burguês.

mas a vida é assim,

ninguém sabe a onde vai dar,

uns até morrem na terra,

outros vão morrer no mar...

a vida é assim,

como um Sarau de poesias,

mas quem me dera se um dia,

meus vinte anos pudesse voltar.

A vida é uma ampulheta,

que deveria ser bem amada,

porém tem algo bem mais belo nela,

é a única origem que não é subornada.

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ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
Enviado por ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA em 27/04/2015
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