AMICUS FIDELIS

te conheço pelo nome

da tua mão já senti o calor

sei com quem andas e comes

e nenhum centavo tiro do teu valor

mas também não acrescento...

vi teu pai e tua mãe

do teu prato obtive sustento

e amizade contraí de teus cães

e jamais dormi ao relento

mas isso não me torna detento...

dividimos segredos de amigo

já me expuseste teu coração partido

mostraste-me o amor a quem dera abrigo

e, que em troca, te devolveu frutos caídos

mas mesmo assim permaneço atento...

puseste tua mão em meu ombro

choraste comigo as tragédias do ser

foste minha coluna no escombro

e cumeeira no meu reerguer

mas não faço disso convento...

és irmão e amizade boa

mas não posso passar-te a senha

pois, sobretudo, és mera pessoa

desta espécie já li a resenha

sei que não passas isento...