O Transcendente
Sou eu mesmo, poente.
Nascido entre os dentes da mãe Natureza
e cuspido do ventre da terra.
Sou eu mesmo, poente.
Eu que amo e sofro por amar
e não desisto, e sinto o amor.
O amor é a doença que mantem-me vivo nos arredores da vida.
Sublime vida que sublima-se no ser que sou e no humano que me faço.
Bela e terna vida que me guia nas estradas do deserto de mim.
Sou eu mesmo, poente.
Tenho o deserto, o sertão, o litoral, o semi-árido, o mar
e o ártico dentro de mim.
E minha'lma grita e chora e festeja o humano que sou.
E o que fui e o que me torno.
Tenho em mim toda poesia e poesia nenhuma.
Choro por nada ter e verto-me em riso por ter tudo o que tenho.
Faço de mim meu próprio caminho que leva-me ao desejo e ao deserto que se põe, e a tormenta dos mares ardentes que trazem tudo o que hoje sou e o que hoje fui e o que hoje me tornei.
Sou anonimo e sou poente e faço-me poeta ao me por em poesia lírica, sou o que sempre fui e o que hoje serei. Sou eu, o transcendente.