Do Fogo Noturno

De noite, essa dor vem dizer da dor latente

de quem somente ri, quando ela quer morder;

de quem jamais a diz no seu gesto sorridente

pois dor de poeta, dói pra ele escrever.

De noite, a chave vem deixar fugir da mente...

do cárcere solar que a consegue deter...

da cela do riso...da prisão que não a sente

a detenta dor, que quer ser livre pra doer.

De noite, a lua enche a alma vazia;

faz minguar o palco de um cérebro ator

que perde o sol de apagar, a seu favor,

o que se acende na noturna poesia...

no fogo de doer que, no riso, não doía

mas que, no poema, faz fogueira dessa dor.

25-04-2015

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 25/04/2015
Reeditado em 11/12/2015
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