Desventuras de uma alma não efêmera

Aqueles olhos, a língua, os ouvidos, as mãos;

E as memórias, e os elos e os impulsos

pousam! E voam quando o que ontem cativaram

hoje já não os encanta... e pousam

Assim como é, pobre daquela alma não acostumada,

cujo tempo de olhar, degustar, ouvir, tocar;

E lembrar, e atar, e agir

perdura! Acompanha suas asas robustas e sem freio

Colecionadora irremediável de todo tempo investido,

o problema é que não cessam as asas da tal alma;

E quando pousam as efêmeras,

deixam com ela toda bagagem que há pouco era fortunadamente compartilhada

Porque o que ontem cativou,

Hoje e sempre ainda carrega

Marília Galvão
Enviado por Marília Galvão em 24/04/2015
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