Desventuras de uma alma não efêmera
Aqueles olhos, a língua, os ouvidos, as mãos;
E as memórias, e os elos e os impulsos
pousam! E voam quando o que ontem cativaram
hoje já não os encanta... e pousam
Assim como é, pobre daquela alma não acostumada,
cujo tempo de olhar, degustar, ouvir, tocar;
E lembrar, e atar, e agir
perdura! Acompanha suas asas robustas e sem freio
Colecionadora irremediável de todo tempo investido,
o problema é que não cessam as asas da tal alma;
E quando pousam as efêmeras,
deixam com ela toda bagagem que há pouco era fortunadamente compartilhada
Porque o que ontem cativou,
Hoje e sempre ainda carrega