NA MOSCA
Não é próprio
dos seres dominantes
mas não tem jeito.
É quase
uma sina visceral
de que talvez
não somos,
estar perdido
num labirinto
de escolhas
e atitudes,
cercados
por diabinhos
e dragões
sorridentes
e debochados.
Conte 1, 2, 3...
duas vezes
até dez,
precisando conte
outra vez,
e nem desconjure
o verbo errar.
Ninguém traz
os defeitos
e as virtudes
tatuadas na testa,
então não precisamos
acertar sempre
na mosca.
São as escolhas erradas
que nos permitem
encontrar as certas.