Sim, meu olhar é triste

Sim, meu olhar é triste.

Como posso eu disfarçar esta exaustão

de te ver mendigar, arrastar a vida que é dom maior

como se fosse tua maior condenação?

Tu que só és verdadeiramente feliz

enquanto Morfeu te embala nos braços

e acordar é o pior de todos os teus pesadelos!

Qual depressão, quais manias

dêem-te a Vida porra!

Devolvam-ta!

Sim, aquela que gritaste

ao te parir tua mãe.

Não foi para ser verme que vieste ao mundo,

não foi em vão,

se toda a fauna se toda a flora tem um propósito

porque não terás tu ó filho do Homem?!

Não tinhas tu um hino no alvorecer dos sentidos?!

Que fizeste dele?

Tragou-te o Sistema, ou tu mesmo te tornaste fruto promíscuo

dele, vá diz-me!

Sabes, cansaço é tudo o que vejo em ti, em mim

enquanto a cegueira prevalecer com olhos coloridos de gente

e as sementes lançadas num chão destinado à lavra

destilar veneno de serpentes.

Célia Moura
Enviado por Célia Moura em 23/04/2015
Código do texto: T5217966
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