Cotidiano

Baixa a noite

Sobe o açoite

Da saudade que se instala.

Vejo estrelas

Por vielas

Nas quais minha sorte resvala.

Em sonidos

Quais ganidos

O breu revela-se em fala.

Beiro o limo

A lama rimo

Com a paixão que atropela.

Perco o sono

Me abandono

Em corpo de sentinela.

Vejo o claro

O sol deparo

Manhã em mim se modela.

Sobe o dia

Vem a abulia

E já não sou eu quem por mim zela.