pó-e-fica.

Sei das rosas que mandei, dos espinhos que recobriam o tronco, e dos ematomas em teus dedos. Hoje, espetados, sagram em demasiado

Nem arrumei a casa, nem ageitei o cabelo, nem ajustei meus ponteiros antes de lhe fazer poesia. Ando em demaseio desleixo.

Aqui, dentr do peito.

E toda essa apatia que se soprepõe em meu peito, pois nem sei mais dos seus costumes de ler minhas retinas, muito menos meus sintagmas, minhas contruções textuais.

Foi anteonte, mas parece que foi a um século ou a dois segundos atrás que em vez de prosa ouviu o silencio.

Angustiante e lento.

Desculpe, nem arrumei meu quarto, nem meu peito empoeirado onde guardo meu passaro azul.

Todos precisamos de passaros azuis.

Descobri o meu quando tu resolveu, ferida, me deixar.

Eu que gostava das tuas chegadas, não sei lidar com tua permanente partida.

Ei menina, lembra o escuro do mar, lembra e vem comigo ficar, na apatia da areia molhada, os cabelos soltos.

Aprendi a perder, recomecei a jogar.

O preço da minha trinca de azes, é uma carta fora do baralho.

É meu desperçar.

Ando em demasiado triste, fazendo par comigo.

Não sou eu.

É você.

Poesia.

Não sou eu, é você, minha menina.

Gabriele Souza
Enviado por Gabriele Souza em 23/04/2015
Reeditado em 23/04/2015
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