Sexto Surrealista
O olhar pra uma janela, na diagonal do tempo
o vento veloz , azul pensamento atroz
Sei que tuas mãos manejam o fogo
Sei que o tom triste desse sorriso esconde desejos
Enigma pra onde corro quando sofro
Decifrar-te seria querer-te
Sabiam meus olhos quando fizeram contato
Mesmo assim arriscado e feliz
Deixei - te passear entre as minhas flores
Desorganizados girassóis, óleo sobre tela
Imaginar cheiros e gestos torna-se doutrina dos versos
Ser livre para dançar em torno da fogueira, acaso
Os vales e campos são seus olhando da escarpa
Seus olhos são os que varrem a solidez da tarde
Precipitando a noite surreal
Onde estrelas e velhos marinheiros se amam
Onde poetas e sorrisos ocultos se encontram
Mesmo que seja no recôndito remoto da alma
Mesmo que sejam nas paginas de um livro
Mesmo que sejam em pedaços pequenos de vidro