Quinto Surrealista
Mesmo se tentasse, por todos os seus erros
Precisar a duração dessa noite
De nada adiantaria
Porque os caminhos dos ponteiros continuaram os mesmos
Foi só a alma quem parou
Desorganizada teoria
E se assim pelos poros vertessem perfumes
Nessa noite seriam os venenos o que destilariam
Os mais perigosos, coloridos e mortais
Inocentes olhadas no espelho
Por cima dos ombros tanto faz
Se a noite jaz ou se jaz o dia
Se tentasse entender, a loucura te tomaria
E ganharia as ruas como eu ganhei
Não para desafiar os joelhos
Cegos, surdos e pagãos
Mas para olhar a lua sem dores
E as coisas voltariam para onde estão
Seis, sete, oito da manhã
As bancas vendem manchetes
Crimes e novas vedetes
Capitalismo sem juízo,
Me junto ao bando que da lua nada sabe
Sabem apenas das horas
Iluministas e iluminados
Bêbados e equilibristas
Todo mundo voltando para casa
De onde eu não deveria ter saído
E onde os ponteiros me oprimiam
Mesmo com a lua tão bela na sacada da sala