Viver e Amar
De quantos mundos precisaria para erguer novos sonhos
Mundo tão grande e tão vazio
Minha vida em alpendres
Em gaiolas abertas
Portas tortas
Sinuosa passeio rente ao mar
Entre solventes devaneios a tarde pra amar
E ler seus olhos que não cabem no mundo
E ler seus lábios no âmago profundo
Me vonto incerta pra estrada deserta
Da casa que abre e recebe a ventania
Vazia a taça
Licor da agonia
Da noite que voa acima dos primeiros segredos
Um amor que nasce já tarde
Como num tempo em que só o amor ressuscita
Amor, palavra aflita
No peito do ente que mente
Que omite sua eterna condição - amante
Pra que o amor quebre com as ondas
Pra que a vida mereça oferendas
Nada mais basta que viver e amar