Caminhos Mortos.
Apanho delicadamente
os ossos que encontro no caminho
a cima de mim
o céu cinzento prenuncia a chuva
sigo a caminhada me perguntando
de quem são esses ossos...
perdi as contas de quantos desses
achei durante essa jornada
alguns eu levo comigo
outro levo durante um tempo
e raros eu deixo passar
os que escolhi carregar
não me incomoda o peso
não me incomoda o cheiro
os carrego pois um dia hei de precisar
a essa altura do caminho
as árvores estão mortas
e a chuva que já vem
não as trarão à vida
meus pensamentos confusos
se misturam com as perguntas
curiosas sobre a jornada que sigo
nessa estrada mórbida e sombria
talvez a resposta esteja lá atras
mas não voltarei
o tempo não volta
por que eu irei voltar?