Naufrágio

Alma que se desfolha, calma, suave, serena

Repousa em seu tapete de estrelas cintilantes

Alma ébria que rodopia e dança

Alma doce, feito criança

De todas as cores que roubou, agora é só branca

Alma vestida de noiva, fantasmagórica, esvoaçante, pálida,

de olhos petrificados, fundos, belos, egocêntricos

Alma sonhando um barco a deriva em noites de tempestades

Alma desejando o mar revolto quebrando o silêncio das horas

Alma abraçada ao seu corpo em decomposição

Como se fossem amantes e cúmplices

como se fossem a criação e a criatura

sussurrando juras e confissões

Seu olhar captura a imensidão do céu

seus lábios buscam o sabor da ventania

Suas asas se abrem, voou!

Simone Stone
Enviado por Simone Stone em 21/04/2015
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