Embriaga-me no frenesim
Embriaga-me no frenesim
do teu corpo
e não me deixes regressar
ao porto de abrigo
ainda que gritem
ventos de leste ou de nordeste.
Sou águia mutilada.
Deixa que sussurrem
entre as veredas,
pequenas rosas brancas
mum sorriso de Primavera,
silêncios
entre nossas longínquas mãos
de esperança
e as crianças que guardámos
no ventre de nós,
permaneçam naquele balão vermelho
que deixei fugir pela janela da cozinha
num dos primeiros prantos
no quintal dos meus afectos.
Embriaga-me de lua cheia,
êxtase ti
exila-me no perfume dos cravos
essência que nos pariu.
Só não me deixes regressar!
© Célia Moura – A publicar “Terra de Lavra”