Embriaga-me no frenesim

Embriaga-me no frenesim

do teu corpo

e não me deixes regressar

ao porto de abrigo

ainda que gritem

ventos de leste ou de nordeste.

Sou águia mutilada.

Deixa que sussurrem

entre as veredas,

pequenas rosas brancas

mum sorriso de Primavera,

silêncios

entre nossas longínquas mãos

de esperança

e as crianças que guardámos

no ventre de nós,

permaneçam naquele balão vermelho

que deixei fugir pela janela da cozinha

num dos primeiros prantos

no quintal dos meus afectos.

Embriaga-me de lua cheia,

êxtase ti

exila-me no perfume dos cravos

essência que nos pariu.

Só não me deixes regressar!

© Célia Moura – A publicar “Terra de Lavra”

Célia Moura
Enviado por Célia Moura em 20/04/2015
Código do texto: T5214138
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.