Flor de Lótus

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Com o desejo líquido que escorre

Serpenteando entre as costuras de tua carne

Lubrificando o lúbrico ingênuo de teus gestos

Soltos em tua ébria atmosfera doce,

Antecipando em minha boca o gosto

Da seiva de teu corpo Flor de Lótus,

Desabrochando o sol em meu umbigo,

Esparramando o incêndio de tuas raízes

Nos apelos hirtos de minha pele,

Tome minha febre de teu veneno doce

E deixe que nossa pele delire

Tornando-se uma só pele,

Deixemos as folhas de nosso corpo

Se enrolarem em uma espiral

Como nossos olhos adoecidos de infinito

Se invadem e perdem-se um no outro

Enquanto a carne zera o tempo

Com a dança da origem de todo pulso

E a saliva, o sangue e a seiva mergulham-se

Na transfusão da vida para quebrar o espaço;

Flor de Lótus, o pólen que emana de tua pele

Destila a vertigem em meu coração

Ardendo meu desejo de cultivar,

Me de a mão e vamos juntos nesse mundo

Semear no coração dos ventos

A semente do verbo amar.

20/04/2015

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 20/04/2015
Código do texto: T5213628
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