Flor de Lótus
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Com o desejo líquido que escorre
Serpenteando entre as costuras de tua carne
Lubrificando o lúbrico ingênuo de teus gestos
Soltos em tua ébria atmosfera doce,
Antecipando em minha boca o gosto
Da seiva de teu corpo Flor de Lótus,
Desabrochando o sol em meu umbigo,
Esparramando o incêndio de tuas raízes
Nos apelos hirtos de minha pele,
Tome minha febre de teu veneno doce
E deixe que nossa pele delire
Tornando-se uma só pele,
Deixemos as folhas de nosso corpo
Se enrolarem em uma espiral
Como nossos olhos adoecidos de infinito
Se invadem e perdem-se um no outro
Enquanto a carne zera o tempo
Com a dança da origem de todo pulso
E a saliva, o sangue e a seiva mergulham-se
Na transfusão da vida para quebrar o espaço;
Flor de Lótus, o pólen que emana de tua pele
Destila a vertigem em meu coração
Ardendo meu desejo de cultivar,
Me de a mão e vamos juntos nesse mundo
Semear no coração dos ventos
A semente do verbo amar.
20/04/2015